sábado, 7 de novembro de 2009


A arquitetura para Eisenman teria que ser uma pesquisa formal, de símbolos e abstrações, uma eterna experiência, e o simples trabalho em escritório seria uma forma de banalizá-la, para ele o trabalho com a arquitetura deveria se caracterizar pela pesquisa teórica e pela discussão.
O processo projetual, o percurso da concepção, para ele, é muito mais importante que o objeto final construído. Suas dez primeiras casas, que são basicamente experiências formais, são apenas fases desse processo. Em vez de o desenho anunciar a obra, agora é a obra que está a serviço do entendimento do projeto, o produto final, então, serve para ilustrar o processo, as elevações, as plantas e os cortes, a materialização do projeto é apenas mais uma fase.
Os resultados a que Eisenman chega não são volumes puros e nem tem a pretensão de ser algo habitual e familiar, são formas quebradas, planos e linhas interseccionados formando vãos e volumes fragmentados, o que alguns críticos caracterizam como uma arquitetura “descontrutivista”.
A Casa VI, por exemplo, é o resultado da interseção e fragmentação de planos. Nesta casa há uma escada vermelha sobreposta perpendicularmente a uma escada verde real, como se fosse um negativo. Tal ambiente confunde os pontos de referencia do indivíduo que ali se encontra, lembrando até um quadro de Esher.
As experimentações formais acompanham a obra de Eisenman em todas as suas casas. Sua arquitetura fechada em si mesma e simplesmente formalista gerou muita polêmica, chegando à afirmação de Otilia Arantes de que suas casas caracterizariam uma “arquitetura em abismo, labiríntica, espaços incompletos, formas gratuitas, sem função, quando muito destinadas a provocar no observador um sentimento de estranheza e, no usuário desprevenido, a curiosa convicção de ser um intruso.”

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